O que se chama de leucemia são, na verdade, vários tipos de cânceres de causa desconhecida, que atingem a produção dos leucócitos – os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo, presentes nos gânglios linfáticos e na corrente sanguínea – provocando um aumento anormal e desordenado dessas células.

A primeira providência para diagnóstico da leucemia é pedir um hemograma para avaliar se há alterações no número das células sangüíneas e se existe anemia, já que a doença faz baixar os níveis de hemoglobina no sangue. O diagnóstico exige também a realização de testes especiais para identificar qual é o tipo da doença. Esses exames orientam o médico na prescrição do tratamento.
Os sintomas da leucemia variam segundo a forma da doença. Na aguda, a pessoa tem sonolência, fraqueza, palidez, cansaço, pequena perda de peso, febre, dor óssea e abdominal, falta de ar, infecções e, mais importante para o diagnóstico, facilidade para ter sangramento, hemorragias (especialmente no nariz e gengivas) e hematomas. Essa forma avança rapidamente e o índice de mortalidade é maior em pessoas com menos de 35 anos.
Já a leucemia crônica tem evolução lenta e, às vezes, completamente sem sintomas. Em geral, a pessoa não sente nada, faz um check-up ou um exame de sangue por qualquer motivo e descobre a alteração significativa na contagem das células do sangue.
Embora, na maioria das vezes, os tipos de leucemia tenham causas desconhecidas, alguns podem ser gerados por agentes bem específicos, como a exposição à radiação ou a produtos químicos. Estudos apontam ainda o fumo como um fator de risco para a doença.
Evitar a exposição a esses fatores, visitar regularmente o médico e manter os exames em dia são providências fundamentais para que não haja surpresas desagradáveis.
Em alguns casos transplante é obrigatório
Dependendo do tipo de leucemia, um transplante de medula pode ser obrigatório. Existem hoje dois tipos de transplante:
- Autólogo – Depois de uma quimioterapia em doses muito altas, para eliminar todas as células do sangue e da medula óssea (tanto as células doentes como as sadias), o paciente recebe uma transfusão de células do seu próprio sangue ou da sua medula óssea, coletadas e congeladas antes da quimioterapia. Essas células vão repovoar a medula, que passa a produzir apenas células sadias.
- Alogênico – Para esse tipo de transplante é necessário primeiro encontrar um doador, em geral entre os irmãos, que costumam ser os mais compatíveis. Após a mesma quimioterapia em altas doses, as células do sangue ou da medula retiradas do doador são injetadas no doente para repovoar sua medula. A pessoa passa, então, a produzir células sangüíneas absolutamente normais e, em certos casos, muda de tipo sangüíneo, adotando o do doador.
Encontrar um doador, aliás, não é tarefa fácil. Embora doente e doador possam ter tipos sangüíneos diferentes na classificação ABO e RH, devem ser totalmente compatíveis segundo o método HLA de classificação do sangue. A chance de um irmão ser totalmente compatível no sistema HLA é de, em média, 25%.
Tratamento pode ou não exigir quimioterapia
Novo remédio para leucemia mielóide crônica é esperança para doentes
A leucemia crônica do tipo linfóide, a mais comum, pode ser tratada com medicamentos relativamente simples, por via oral, assim como a do tipo mielóide crônica. Em pacientes com mais de 60 anos muitas vezes não é necessário qualquer medicamento.
Na leucemia aguda, é necessário internar o doente, pois ele corre o risco de sofrer hemorragia no cérebro, nos olhos e no aparelho digestivo, e pode precisar de transfusões.
O tratamento começa com quimioterapia, em que são administradas doses maciças de medicamentos. Essa primeira fase, chamada de remissão, dura de um a dois meses e tem por objetivo eliminar os leucócitos doentes. Em geral, eles somem do sangue em uma ou duas semanas e a produção das células sangüíneas é normalizada. O hemograma então volta ao normal e um novo mielograma costuma revelar que não existe mais doença na medula óssea.
Essa primeira quimioterapia não basta para eliminar de vez a leucemia. Podem ter sobrado pequenas quantidades de células doentes que, invariavelmente, farão com que a doença volte. Vêm então as seguintes etapas:
- consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente);
- reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão); e
- manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses).
Pode ser necessário também transplante de medula óssea.
Recentemente surgiu um medicamento para tratar a leucemia mielóide crônica, que era incurável e para a qual, em pacientes jovens, o único tratamento era o transplante. Seus efeitos tóxicos são bem menores que os da quimioterapia e ele tem sido considerado uma revolução no tratamento desse tipo de leucemia.
Saiba mais
Sociedade Brasileira de Cancerologia
Rua Pará, 197 – Pituba Salvador (BA) –
CEP 41830-070 (071) 3240-4868
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)
0800 773-9973 e (011) 3149-5190
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