Sesa quer reduzir mortalidade materna em
50% até 2010 e começa a implementar melhorias na atenção à gestante
O Estado do Ceará ocupa a quarta posição no ranking nacional de mortalidade materna, com 64,1 óbitos de gestantes por cada 100 mil nascidos vivos. Essa marca preocupa os gestores da saúde, que estabeleceram como meta reduzir a mortalidade em 50% até o ano de 2010.
O primeiro passo nesse sentido foi dado com o comprometimento do governo do Estado, através da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), em ajudar os hospitais-pólos que dispõem de maternidade a implementar a política de humanização do parto, preconizada pelo Ministério da Saúde.
Este ano, dos 9.478 partos realizados em todo o Ceará, 65,5% deles foram normais, o que resulta em 6.213 partos que não precisaram da intervenção médica.
Na manhã de ontem, diretores dos hospitais-pólos se reuniram na sede da Sesa para discutir a parceria com o governo estadual. “Os partos e as intercorrências relacionadas são as principais causas de internações pelo SUS em todo o Brasil, portanto, precisamos melhorar a qualidade dessa assistência”, observou a coordenadora de políticas e atenção à saúde da Sesa, Vera Coêlho.
No Estado, há 30 hospitais-pólos que também funcionam como maternidades. “Gostaríamos de unificar as condutas na sala de parto, desde o tratamento da gestante ao uso de medicamentos”, observou o coordenador de promoção e proteção à saúde da Sesa, Manoel Fonseca.
De 2005 a 2007, o Ceará conseguiu reduzir em 26% a mortalidade materna. O índice, que era de 86,6 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos passou para 64,1 óbitos no ano passado. Para alcançar a redução de 50%, que deverá baixar o índice para 40 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2010, serão necessários investimentos significativos na rede de saúde do Estado.
É para usuárias como a estudante Bruna Kéçia Cosendo Monteiro, de 17 anos, que a assistência precisa ser referência. Bruna teve seu primeiro filho de parto normal e deu à luz na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac). “Quando comecei a sentir as dores, vim direto para cá”, conta a jovem mãe. A Meac é uma das poucas instituições do Ceará que atendeu a todos os requisitos da política de humanização do Ministério da Saúde.
Muitas mães, sejam da Capital ou de outras cidades, procuram a unidade em busca de um atendimento de referência. “Quanto menos você interfere no parto, mais chances há de não se realizar uma cesárea e da gestante vir a ter uma hemorragia”, observa a enfermeira coordenadora da sala de parto da Meac, Liduina Pinto.
O incentivo ao parto normal faz parte da política de humanização do Ministério da Saúde. Porém, para que as gestantes possam ser submetidas a um parto normal bem assistido, é preciso uma estrutura hospitalar mínima. “A maioria dos hospitais-pólos que apresentam serviços na área obstétrica apresentava dificuldades para cumprir a política de humanização do parto”, afirmou a coordenadora de políticas e atenção à saúde da Sesa.
Diante disso, o governo do Estado propôs uma parceria para o aparelhamento das unidades regionais.
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