Dá para imaginar alguém que não se sinta bem após uma sessão de gargalhadas? Mais do que um ditado popular, a frase “rir é o melhor remédio” está comprovada cientificamente. “Isso é um fato. Quando rimos, dançamos, fazemos exercícios ou qualquer atividade que nos proporcione alegria, o sistema nervoso central libera substâncias que fazem bem para a saúde”, ressalta a chefe do setor de psicoterapia da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Vera Lemgruber.
“Mas só vale o riso que é produto de um prazer interno. Aquele riso para agradar o chefe não vale”, ressalta a médica, que explica que o pensamento negativo é fruto de um círculo vicioso que o cérebro cria no “sistema límbico” — responsável pelo controle do afeto e das emoções — quando a pessoa tem o hábito de ver apenas o lado ruim das coisas.
Para dar uma receita de alegria, ninguém melhor do que Fabiana Karla, a Doutora Lorca do humorístico da Rede Globo Zorra Total. “Rir alegra o espírito. Desde criança acordo bem. Meu dia depende de como eu acordo, então quero sempre que comece bem. Estar feliz faz bem para a vida”, diz a comediante. E quando ela encontra alguém mal-humorado? “Respeito o tempo da pessoa, mas dou umas alfinetadas para brincar. Quando arranco um sorriso, já fico satisfeita”, conta Fabiana, aos risos.
TREINO PARA O CÉREBRO
Deixar a vida mais alegre não é tarefa complicada, basta que a pessoa queira mudar o hábito que o cérebro acaba criando quando se pensa sempre de maneira negativa. “A dualidade bem e mal sempre fez parte do ser humano, mas o cérebro cria um costume. A amígdala, dentro do hipotálamo, é o centro identificador do perigo e faz o cérebro produzir a noradrenalina, substância que prepara o organismo contra o medo e para a luta. O organismo fica preparado para algo negativo, e o cérebro fica condicionado ao que aprendeu. Não faz bem para a saúde”, explica Vera Lemgruber, ressaltando que olhar o lado positivo da vida é essencial para a recuperação de pacientes.
Fabiana diz que as pessoas devem dar mais valor à simplicidade: “Rir mais, rir de si mesmo e contemplar a vida, como as borboletas. Quando vejo uma, muda o meu dia”.
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